Sindicato Rural de Castro financiou ônibus para protestos em Brasília, diz Abin


A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou 83 pessoas e 13 organizações que contrataram 103 ônibus fretados com objetivo de transportar para Brasília 3.875 pessoas, todas já identificadas. De acordo com o mapeamento feito pela agência, a grande maioria dos contratantes é da região Sul e Sudeste.
Nos relatórios enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de Janeiro, a Abin identificou que Sindicato Rural da cidade de Castro, nos Campos Gerais, financiou dois ônibus. A organização já havia sido citada pela Advocacia Geral da União (AGU) na lista de supostos financiadores dos atos.
Entre os financiadores identificados está Pedro Luis Kurunczi, empresário do ramo de engenharia de Londrina (PR), que seria responsável por locar quatro ônibus que foram a Brasília transportando 153 pessoas. Kurunczi é sócio de ao menos dez empresas nos ramos imobiliário e da construção civil.
Outro identificado foi Marcelo Panho, de Foz do Iguaçu (PR), que locou dois ônibus para transportar 73 pessoas. Ambos foram alvos da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, em fevereiro.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou à CPMI do 8 de Janeiro que no dia 7 de janeiro já haviam chegado 105 ônibus fretados em Brasília. Os veículos transportaram 3.951 passageiros. No dia da invasão às sedes dos Três Poderes, outros 40 ônibus chegaram à capital federal.
O Movimento Brasil Verde Amarelo, organização de produtores rurais do Centro-Oeste, também aparece nos documentos da Abin como “articuladores dos atos intervencionistas”.
Apesar disso, “é provável que diversos contratantes tenham sido utilizados como ‘laranjas’ com objetivo de ocultar os verdadeiros financiadores das caravanas e dos manifestantes”.