Câmara de PG proíbe transmissão na internet de CPP sobre corrupção na saúde e fraude em licitação


A Câmara de Vereadores de Ponta Grossa deu mais um exemplo de falta de transparência e desrespeito com a população de Ponta Grossa. A Câmara proibiu a transmissão pelas redes sociais de depoimentos nas oitivas da Comissão Parlamentar Processante (CPP) sobre o vereador Celso Cieslak (PRTB), na investigação de corrupção na saúde e fraude nas licitações da Prefeitura. A Operação Pactum deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 06 de junho de 2023 revela um esquema vergonhoso que afeta a área mais caótica de Ponta Grossa, a saúde pública.
O presidente da CPP, Daniel Milla (PSD) disse à vereadora Josi Kieras (Psol), que “não concorda com a transmissão, por se tratar de investigação”. Josi integra a CPP ao lado de Milla e Dr Zeca (relator).
A assessoria da Câmara deu outra desculpa: “o sistema foi danificado pelo temporal e por isso não houve a transmissão”. No entanto, a sessão ordinária desta quarta-feira (18) foi transmitida normalmente.
A vereadora Josiane Kieras disse que o jurídico da Câmara afirmou que “legalmente falando, é obrigatório gravar/filmar, áudios e imagens e avisar os envolvidos de que está sendo filmado. Porém, não é obrigatório transmitir em redes”.
Mas outras investigações já foram transmitidas e muitas só ocorreram depois de pressão da imprensa e da população.
As oitivas ocorreram antes da sessão ordinária (antes das 14h) durante horário que não possibilita a participação e presença da população interessada, por ser horário de trabalho. Dessa forma, a transmissão pela internet é fundamental e representaria a transparência da Câmara de Ponta Grossa. O que estão escondendo?
As oitivas iniciaram nesta quarta-feira (18) com o depoimento do vereador Geraldo Stocco (PV), que foi o responsável por denunciar Celso Cieslak pela tentativa das fraudes. Stocco disse que Celso teria oferecido R$ 300 mil para que fosse falsificado o relatório da CPI da Saúde”.
No depoimento desta quarta-feira (18), Stocco citou o possível envolvimento do filho da prefeita Elizabeth Schmidt (PSD), Rodrigo Silveira Schmidt. Stocco relatou “ter ouvido do ex-vereador Celso que Rodrigo estava auxiliando no esquema”.
Normalmente a Câmara transmite sessões, audiências e outros eventos pelo Facebook, youtube e pelo site próprio. Está não é a primeira vez que a Câmara dos Vereadores pratica a censura. Na CPI do EstaR Digital aconteceu a mesma situação. O Blog da Mareli Martins e algumas instituições cobraram e criticaram a falta de transparência.
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