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Alep define relator do processo de cassação de Traiano (PSD): Traiano e o ex-deputado Plauto confessaram corrupção

Alep define relator do processo de cassação de Traiano (PSD): Traiano e o ex-deputado Plauto confessaram corrupção
  • Publishedfevereiro 21, 2024
Processo interno foi movido pelo deputado Renato Freitas(PT) depois da divulgação do acordo assinado por Traiano em que ele admite ter recebido e pedido propina, juntamente com o ex-deputado Plauto Miró Guimarães Filho, de Ponta Grossa. (Foto: Alep)

Durante a sessão realizada nesta terça-feira (20), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) definiu o deputado estadual Matheus Vermelho (PP) como relator da representação que pede a cassação do mandato do deputado estadual e presidente da Casa de Leis, Ademar Traiano (PSD).

O pedido foi feito em dezembro pelo deputado estadual Renato Freitas (PT), que acusa o presidente de ilícitos disciplinares. “Ele confessou corrupção, então é corrupto”, diz Renato Freitas.

Traiano é presidente da Alep desde 2015. Ele foi reeleito para o último mandato no início desse ano. Plauto teve oito mandatos, mas não foi reeleito em 2022. Plauto pretende participar de alguma forma” das eleições de 2024 em Ponta Grossa ou, ao menos, pretendia!

 Os deputados fizeram um acordo com o Ministério Público e confessaram que receberam propina do grupo Malucelli para a licitação da TV Icaraí, responsável pela produção de conteúdo da TV Assembleia, canal do legislativo estadual do Paraná. Os anexos e provas seguem em sigilo.

Uma matéria sobre a delação de Traiano, Plauto Miró e Vicente Malucelli foi veiculada na Globo News, no dia 02 de dezembro de 2023, mas a juíza atendeu um pedido de Traiano e mandou retirar a matéria do ar. E também proibiu a veiculação de qualquer matéria sobre o assunto em todos os veículos de comunicação. Depois a censura foi derrubada.

Conforme a matéria da Globo News, “Plauto e Traiano teriam pedido R$ 300 mil em propina ao empresário Vicente Malucelli para que a TV Acaraí (do grupo Malucelli) continuasse com o contrato de produção da TV Assembleia”.

Em delação premiada ao Ministério Público do Paraná, em dezembro de 2022, “Traiano e Plauto confessaram os crimes, aceitaram pagar o valor desviado (R$ 300 mil) para que o processo seja extinto. 

Segundo o Ministério Público do Paraná, “o esquema de propina foi fechado em 2015 por Traiano, Plauto (ainda era deputado) e  empresário Vicente Malucelli”.

Vicente Malucelli fez delação premiada ao Ministério Público em 2015. Ele afirmou “que aceitou pagar propina para Traiano e Plauto porque ficou com medo de que eles não renovassem o contrato da TV Acaraí com a TV Assembleia”.

“A conduta do deputado foi muito grave, tem que perder o mandato, diz Renato Freitas

Renato Freitas cita o artigo 271, que considera como incompatível com o decoro parlamentar a prática de atos que infrinjam as regras de boa conduta nas dependências da Alep.(Foto: Alep)

Segundo o deputado Renato Freitas (PT) , Traiano descumpriu itens do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, documento com as normas disciplinadoras da organização e do funcionamento da instituição.

Não basta o descaso com a administração pública, tem-se também o descabimento de realização de ato ilícito dentro deste respeitável parlamento. Há de se questionar como fica a memória do honorável edifício Tancredo Neves perante a sociedade paranaense quando aparece continuamente em reportagens televisivas mostrando que suborno são recebidos no seu interior ou anexos. É inegável o ato de quebra de decoro”, afirmou Renato Freitas.

Deputado Matheus Vermelho (PP) será o relator da do processo que pede cassação de Traiano (PP) por ter confessado corrupção

Matheus Vermelho (PP), relator do pedido de cassação de Traiano — Foto: Dálie Felberg/Alep

Conforme o Regimento Interno da Alep, a partir desta definição, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar tem 30 dias para apurar o caso, mesmo prazo em que o acusado pode apresentar defesa.

Ao final da apuração, o Conselho de Ética define pela procedência ou improcedência da representação, podendo determinar o arquivamento ou propor a aplicação de penalidade.

o que dizem os que confessaram que cometeram corrupção

Traiano e Plauto fecharam um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) em dezembro de 2022 com o Ministério Público e admitiram terem recebido vantagem indevida do empresário Vicente Malucelli. (Foto: Alep)

O deputado Ademar Traiano deu entrevista pelo assunto pela primeira vez na segunda-feira (19) e afirmou que está com a consciência tranquila, uma vez que fez o que a lei permitiu. 

A defesa do ex-deputado estadual Plauto Miró disse que não vai se manifestar. 

A defesa de Vicente Malucelli disse que não pode se manifestar, uma vez que o sigilo do caso ainda está em vigor. O departamento jurídico que representa o grupo J. Malucelli informou que não tem nada a declarar sobre o assunto.

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