A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (União Brasil), confirmou que a tarifa do transporte coletivo deve ficar mais cara em aproximadamente R$ 1,00. A informação já circulava nos bastidores e foi confirmada pela prefeita durante entrevista à Rádio Jovem Pan, na quinta-feira (29).

Atualmente a tarifa para o usuário custa R$ 4,00. Mas a tarifa técnica é maior, o restante é custeado pela Prefeitura de Ponta Grossa (população) com subsídio repassado para a Viação Campos Gerais (VCG). A tarifa técnica apresenta oscilação de valores.

Diferente do discurso de 2023 , quando a pedido da prefeita, a Câmara de Vereadores aprovou o subsídio para a VCG, agora Elizabeth reconhece que os cofres públicos não conseguem mais enviar tanto dinheiro para a VCG e, dessa forma, a tarifa deve ficar mais cara para quem usa ônibus.

“Os cofres públicos não aguentam custear um valor mais alto para o subsídio do transporte… Logo teremos que aumentar o valor da tarifa”, disse a prefeita.

Segundo Elizabeth, a principal justificativa para o aumento é a situação dos ônibus que precisam ser substituídos. “Eles precisam renovar a frota, existem muitas reclamações sobre a idade dos ônibus, eles estão comprando mais ônibus com tecnologia”, apontou.

O subsídio para a VCG

Em março de 2023 os vereadores aprovaram o Projeto de Lei  323/2022, que prorrogou o contrato com a VCG até 2024, depois houve prorrogação até 2025 e aprovaram também o envio de dinheiro público para a VCG, com o objetivo de custear parte da tarifa. Em 2025, a Prefeitura prorrogou novamente o contrato com a VCG, contrato que deveria ser encerrado em junho de 2023, mas a Prefeitura não fez a nova licitação.

Em março de 2023 os vereadores aprovaram o subsídio com recursos da população (prefeitura) para a VCG no valor de R$ 26 milhões em 2023 e R$ 28 milhões em 2024, totalizando R$ 54 milhões. A justificativa dos vereadores é que com a aplicação dos recursos públicos, a tarifa ficaria nos atuais R$ 4.

Até a metade de janeiro de 2024, a Prefeitura de Ponta Grossa já havia repassado para a VCG R$ 44.194.573,32, conforme levantamento feito pelo Blog da Mareli Martins em consulta ao Portal da Transparência. Ou seja, até este período, o valor já era muito maior do que o aprovado em 2023, R$ 26 milhões (para 2023). Para 2024, o valor aprovado foi de R$ 28 milhões.

Números escondidos

Embora o nome seja Portal da Transparência, quando o assunto é VCG, nem tudo é transparente. O portal da Prefeitura omite números sobre os repasses de subsídio à VCG. Além disso, a Prefeitura de Ponta Grossa se recusa a responder o Blog da Mareli Martins sobre os números. Mas aqui vale a frase popular: “quem procura, acha”. Vamos encontrar os números misteriosos…

Outros repasses

O repasse de dinheiro público da Prefeitura para VCG se tornou comum na cidade. A empresa recebeu mais de R$ 1,8 milhões durante a pandemia da Covid-19, alegando perdas. A VCG também recebeu R$ 5,5 milhões do Governo Federal durante a pandemia.

Prefeitura de PG prorroga contrato com a VCG novamente

Em abril de 2025, a Prefeitura de Ponta Grossa prorrogou novamente o contrato com a Viação Campos Gerais (VCG), empresa que possui a concessão do transporte coletivo. A prorrogação é por 12 meses (um ano).

Dessa maneira, o atual contrato do transporte público deve ter sua validade estendida até 11 de junho de 2026 (o contrato terminaria no próximo dia 11 de junho de 2025). Esta é a terceira vez que a Prefeitura prorrogou o contrato desde junho de 2023, quando o contrato deveria ser encerrado.

De lá pra cá, a Prefeitura não fez a nova licitação e atualmente o processo virou caso judicial, depois que a própria VCG impugnou a licitação. Recentemente o judiciário negou o recurso da Prefeitura e manteve suspensa a licitação.

RENOVAÇÃO DA FROTA – Conforme o aditivo, caberá ao Município definir o número, modelo e especificações dos novos ônibus. A VCG, no entanto, deverá apresentar orçamentos detalhados para aprovação do poder público.

Após a aquisição, a remuneração dos veículos — que inclui depreciação, custo de capital e demais encargos — será feita com base nas notas fiscais dos fabricantes e entrará em vigor assim que os veículos forem incorporados à frota.

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