Prefeitura de PG se manifesta sobre terceirização da merenda escolar: “vamos otimizar o processo”


A Prefeitura de Ponta Grossa se manifestou nesta quinta-feira (21) sobre a terceirização das merendas escolares da rede municipal, com a proposta de centralizar a logística de entrega de alimentos em uma única empresa.
A medida, segundo a secretária de Educação, Joana D’Arc Panzarini Egg, faz parte de um plano de modernização da administração pública e busca otimizar o processo que hoje envolve mais de 40 fornecedores distintos.
O Executivo Municipal chegou a abrir uma concorrência pública, no valor de R$ 96 milhões. Porém, por orientação da Procuradoria Geral do Município, cancelou o edital para ajustes, o que significa que não houve desistência da terceirização.
A mudança, no entanto, levanta preocupações entre pais, educadores e membros da comunidade escolar e gerou protestos na última quarta-feira (20).
A principal dúvida gira em torno da manutenção da qualidade da alimentação oferecida às crianças — atualmente elogiada por sua diversidade e cuidado nutricional.
Em vídeo publicado nas redes sociais, a secretária de Educação, Joana D’Arc Panzarini Egg, garantiu que “o projeto foi estruturado com responsabilidade e que a empresa contratada terá como obrigação preservar os padrões atuais”.
Outro ponto sensível é o impacto sobre os profissionais que atuam diretamente na preparação das refeições, merendeiras, nutricionistas e auxiliares.
Segundo a secretária, as servidoras não serão afetadas pela mudança. “Elas vão continuar nas mesmas escolas, com as crianças delas, fazendo a alimentação gostosa, com amor, que elas sempre fizeram”, afirmou. No entanto, a secretária não explicou como isso será possível.
Apesar das garantias, o projeto ainda carece de esclarecimentos cruciais. Um deles diz respeito à obrigatoriedade legal da aquisição de frutas e verduras orgânicas e de produtos provenientes da agricultura familiar e de pequenos produtores locais — diretriz prevista em políticas públicas de alimentação escolar.
A ausência dessa informação na apresentação do projeto acende um alerta sobre o possível enfraquecimento de práticas sustentáveis e da valorização da produção regional.
A Prefeitura afirmou que “a transição será gradual e sem prejuízo às escolas”, mas não detalhou como será fiscalizada a manutenção dos critérios nutricionais e sociais que hoje pautam a merenda.
Em tempos de combate à desinformação, a comunidade escolar cobra mais transparência e participação nas decisões que afetam diretamente a saúde e o cotidiano das crianças da rede municipal de ensino.
Resta saber se a modernização proposta será capaz de conciliar eficiência logística com compromisso social — sem abrir mão da qualidade, do afeto das merendeiras e do apoio aos produtores locais.
Veja a explicação da Prefeitura
Com a colaboração de Eder Carlos Wehrholdt, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Portal Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
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