Candidatura de Moro ao governo do Paraná enfrenta impasse dentro da Federação União Brasil e PP


O senador Sergio Moro (União Brasil) deu um passo estratégico rumo à disputa pelo governo do Paraná em 2026 ao fechar um acordo com a executiva nacional do partido para assumir a presidência estadual da sigla. A movimentação, celebrada na quarta-feira (3) por seus aliados, é vista como uma consolidação de sua pré-candidatura.
No entanto, uma nota oficial divulgada no mesmo dia pela direção regional do Partido Progressistas (PP), partido que faz parte da Federação União Progressista (UP) junto com o União Brasil, revelou obstáculos que podem comprometer seus planos.
Segundo o comunicado do PP, “ainda não há consenso sobre quem deve presidir a Federação no estado”. Pelo estatuto da União Progressista, essa indefinição inviabiliza o registro de candidaturas majoritárias, como a de governador, junto à Justiça Eleitoral. “A falta de consenso reflete na impossibilidade do registro de candidatura ao Governo do Estado”, diz a nota.
O acordo que garantiu a presidência estadual do União Brasil a Moro foi costurado nos bastidores e levou à retirada do pedido de intervenção no diretório paranaense, que seria julgado no mesmo dia.
Com isso, o senador deve substituir o deputado Felipe Francischini no comando da legenda no Paraná, fortalecendo sua posição interna. Com isso, Francischini, por sua vez, pode migrar para o Podemos.
A Executiva Estadual do Progressistas reforçou que todas as decisões da Federação devem ser construídas de forma coletiva, ouvindo as lideranças dos dois partidos. A sinalização é clara: apesar do avanço de Moro dentro do União Brasil, sua candidatura depende de alinhamento com o Progressistas, o que ainda não foi alcançado.
Na sequência, o PP lançou outra nota, assinada pela deputada estadual Maria Victoria, presidente estadual do partido: “a definição para a disputa de 2026 será feita em conjunto e em momento posterior”.
Com a movimentação de Moro, o tabuleiro político paranaense começa a se desenhar para 2026. Outros nomes cotados para a disputa incluem Alexandre Curi e Guto Silva, ambos do PSD, Requião Filho (PDT), além de possíveis candidaturas da esquerda. A definição da presidência da Federação União Progressista será decisiva para Moro viabilizar sua candidatura.
Veja a nota do Progressistas
A Executiva Estadual do Progressistas no Paraná, após reunião realizada nesta quarta-feira (3), informa que:
- Diante da assunção do senador Sérgio Moro à presidência do União Brasil no Paraná, partido que compõe a Federação União Progressista (UP), registramos que ainda não há consenso quanto à indicação da presidência da Federação no Estado;
- A falta de consenso reflete na impossibilidade do registro de candidatura ao Governo do Estado, na Justiça Eleitoral;
- O Progressistas reafirma seu compromisso em construir decisões de forma coletiva, ouvindo todas as lideranças.
Executiva Estadual do Progressistas/Paraná
Veja a segunda nota do PP
Em conversa com o novo presidente do União Brasil, senador Sergio Moro, concordamos que a definição do comando da Federação União Progressista no Paraná ocorrerá em conjunto, em momento posterior.
Reforço que o Progressistas do Paraná tem a confiança e o respaldo da direção nacional da legenda, expressos pelo presidente, senador Ciro Nogueira, que afirmou em Brasília: “No Paraná estamos sob o comando político dos nossos deputados federais, a assinatura deles é a minha assinatura”.
Parabenizo o deputado federal Felipe Francischini, que liderou com dedicação e competência o União Brasil no Paraná nos últimos anos, e desejo sucesso ao senador Sérgio Moro.
Daqui em diante, iniciaremos o diálogo sobre a organização da Federação e sobre o processo eleitoral de 2026 com cautela; sempre respeitando a vontade da bancada Progressista no Estado.
Com a colaboração de Eder Carlos Wehrholdt, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Portal Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).