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Mortes por bebidas adulteradas com metanol reforçam urgência de projeto de lei no Paraná

Mortes por bebidas adulteradas com metanol reforçam urgência de projeto de lei no Paraná
  • Publishedsetembro 29, 2025
Projeto de Lei 393/2025, de autoria do deputado estadual Requião Filho (PDT), que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná. (Foto: Orlando Kissner)

Casos recentes de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol em São Paulo, que resultaram em cegueira, coma e ao menos três mortes, acenderam um alerta nacional sobre os riscos do consumo de produtos falsificados.

A tragédia, revelada em reportagem do programa Fantástico neste domingo (28), trouxe à tona a urgência de medidas legislativas para coibir esse tipo de prática — entre elas, o Projeto de Lei 393/2025, de autoria do deputado estadual Requião Filho (PDT), que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná.

A proposta, apresentada em junho, cria o selo “Beber Legal”, voltado a bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais que comprovem a procedência e a qualidade das bebidas alcoólicas que oferecem.

O objetivo é garantir mais transparência ao consumidor e dificultar a circulação de produtos adulterados, que muitas vezes entram no mercado por meio de contrabando ou falsificação.

“Parece bobagem, mas o consumo de bebidas adulteradas pode gerar danos enormes à saúde das pessoas. Por isso, aqui no Paraná, eu fiz um projeto de lei para combater esse problema tão grave”, afirmou Requião Filho.

O metanol, substância altamente tóxica e proibida para uso em bebidas, foi identificado como o agente contaminante nos casos registrados em São Paulo. Segundo especialistas, ele pode causar lesões irreversíveis no fígado, cérebro e nervo óptico, comprometendo a visão e levando à morte. Uma das vítimas relatou cegueira temporária após consumir gin adulterado; outra segue em coma. A terceira morte foi confirmada nesta segunda-feira (29).

A proposta de Requião Filho altera a Consolidação das Leis de Defesa do Consumidor no Paraná e busca também combater práticas comerciais abusivas e o crime organizado, que movimenta bilhões com a venda de bebidas falsificadas.

Dados da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) indicam que 36% dos destilados vendidos no país são adulterados. Um estudo da Euromonitor International aponta que o Brasil deixou de arrecadar R$ 28 bilhões em 2024 devido ao mercado ilegal de álcool.

Já o Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima em R$ 56,9 bilhões o impacto financeiro do comércio ilegal de bebidas falsificadas em 2022.

O projeto ainda aguarda ser pautado na Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa. Enquanto isso, o deputado destaca a importância da mobilização popular e institucional para acelerar sua tramitação. “É uma questão de saúde pública, de segurança e de respeito ao consumidor. Não podemos esperar mais vítimas para agir”, concluiu.

A expectativa é que, com a aprovação do selo “Beber Legal”, o Paraná se torne referência nacional no combate à adulteração de bebidas alcoólicas, protegendo a população e promovendo um mercado mais justo e transparente.

O projeto também recebe as assinaturas dos deputados Gilberto Ribeiro, Tito Barichello, Goura, Arilson Chiorato e das deputadas Ana Júlia, Cristina Silvestri, Luciana Rafagnin e Cristina Silvestri.

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Com a colaboração de Eder Carlos Wehrholdt, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Portal Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

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