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Vereador de Ponta Grossa exalta período da Ditadura Militar e reclama de condenação por fake news contra Gleisi Hoffmann

Vereador de Ponta Grossa exalta período da Ditadura Militar e reclama de condenação por fake news contra Gleisi Hoffmann
  • Publishedsetembro 29, 2025
“Naquela época, entre 1964 e 1985, os militares eram diferentes de hoje, e os generais reverenciados”, disse o vereador Florenal (Podemos), se referindo ao período da Ditadura Militar. (Foto: CMPG)

Ao ocupar nesta segunda-feira (29) a tribuna da Câmara Municipal, o vereador Florenal da Silva (Podemos), relembrou o tempo em que serviu o Exército Brasileiro como sargento e exaltou o período da Ditadura Militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985. Na época, pessoas morreram e foram torturadas.

Segundo Florenal, “naquela época os militares eram diferentes de hoje”, “e os generais eram reverenciados”. Ele contou que, por ocasião da visita de algum dos comandantes a Ponta Grossa, os soldados “lavavam a Avenida General Carlos Cavalcanti para o general passar”.

“Antes nós tínhamos que levar a Avenida General Carlos Cavalcanti para o general passar. Era tudo muito diferente. Era um Exército bem diferente, não era como o de hoje”. declarou Florenal.

Florenal também fez críticas ao poder judiciário e apesar de não citar quais poderes especificamente, o vereador costuma criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente o ministro Alexandre de Moraes.

“Hoje o Brasil vive dias que são difíceis de engolir, em que “vemos um advogado, com poder de juiz, botando generais na cadeia. Tão pouco tempo e o nosso país mudou tanto assim. Isso nos causa revolta”, disse Florenal.

Na sequência, Florenal fez uma choradeira, dizendo que precisava tomar cuidado ao fazer críticas, pois já havia sido processado e condenado. Ele se referia ao processo por calúnia, movido pela então senadora Gleisi Hoffmann (PT), em que o vereador terá que pagar uma indenização. “Estamos recorrendo, mas, com certeza, vamos ter que pagar”, lamentou.

 

Vereador Ricardo Zampieri deu apoio para Florenal

Vereador Ricardo Zampieri (PL). Foto: CMPG)

Florenal foi apoiado, em aparte, pelo vereador Ricardo Zampieri (PL). Ele se solidarizou pela condenação, que considerou injusta.

“Vivemos novos tempos aqui na nossa nação, onde quem acusa o corrupto de corrupção acaba sendo condenado. É uma situação lamentável a que a gente vive na nossa nação. A gente hoje vive cenários em que juiz federal que julgou, agora vai ser julgado pelo advogado do ladrão. O comunista declarado, hoje sentencia general condecorado”.

Ricardo encerrou sua parte dizendo que a situação é desesperançosa, mas que “é preciso levantar a cabeça, naturalmente que pessoas corretas, e seguir à frente. Peço que vossa excelência, como diz, já recorreu do processo, e siga firme.”

Ficou implícito que o vereador Florenal, saudoso da ditadura, considera generais uma classe impoluta, que não pode passar pelos crivos da Justiça. E que políticos, podem falar o que quiserem sem risco de condenação.

 

A condenação de Florenal por fake news contra ministra Gleisi Hoffmann

A 21ª Vara Cível de Brasília condenou o vereador João Florenal, de Ponta Grossa (Podemos) por divulgar fake news contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, durante sessão da Câmara Municipal. O parlamentar afirmou, de maneira inverídica, que Gleisi teria sido condenada a devolver R$ 1 milhão à Petrobras.

Na decisão, a Justiça afastou a alegação de imunidade parlamentar, reconhecendo que o direito não é absoluto e que houve violação à imagem da vítima.

O vereador foi condenado a pagar R$ 5 mil em danos morais e a realizar retratação pública em sessão da Câmara de Ponta Grossa, no mesmo local em que proferiu a declaração falsa. “Ataques e mentiras não têm espaço na democracia”, afirmou Gleisi em suas redes sociais.

Na sentença, o juiz destacou que “não se pode confundir a fala com simples crítica à atuação da autora, na medida em que foi expressa quanto à informação de que esta teria sido condenada a devolver valores à Petrobrás, dado objetivo e falso.

A imagem da vítima foi, por isso, violada pelo pronunciamento de quem teria o dever de verificar a correção das informações que compõem sua manifestação, justificando-se a reparação pretendida.”

 

Com a colaboração de Eder Carlos Wehrholdt, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Portal Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

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