Quadro Negro: ‘escola fantasma’ de Ponta Grossa é exemplo de corrupção no Paraná


A foto da ‘escola fantasma’, localizada no bairro Cará-Cará, em Ponta Grossa, virou destaque na matéria do jornalista Felippe Aníbal, do jornal Gazeta do Povo. O prédio abandonado deveria ser a nova sede da Escola Estadual Francisco Pires Machado. No entanto, o local está abandonado desde agosto de 2015. A obra está entre tantas outras que são investigadas na Operação Quadro Negro, que investiga um esquema de corrupção em que foram desviados para campanhas de políticos mais de R$ 20 milhões destinados à construção de escolas no Paraná. O esquema envolve a construtora Valor.
As obras da Escola Estadual Francisco Pires Machado foram orçadas em mais de R$ 4,7 milhões, mas os recursos podem ter sido enviados para campanhas eleitorais de políticos do grupo do governador Beto Richa (PSDB), incluindo o governador, de acordo com a delação do dono da Valor, Eduardo de Souza Lopes.
A escola de Ponta Grossa chama atenção por ser uma instituição estadual mas que teve o contrato gerenciado pela prefeitura de Ponta Grossa. O convênio entre a prefeitura e a Secretaria de Estado da Educação (Seed) foi firmado em 2011, na gestão do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho (PSDB).
Na instauração do inquérito civil, o Gepatria – grupo do MP-PR de proteção ao patrimônio público – destaca que uma das solicitações para que o convênio saísse do papel partiu do deputado Plauto Miró (DEM), investigado na Quadro Negro e apontado como beneficiário de R$ 600 mil em propinas que teriam sido pagas pela Valor.
A licitação para contratar a empresa que executaria a obra foi realizada em 2013, na primeira gestão do prefeito Marcelo Rangel (PPS). Além da Valor, mais uma construtora participou do certame. A outra empresa não compareceu à abertura dos envelopes com as propostas, o que provocou sua inabilitação. Desta forma, a Valor venceu o processo licitatório sem concorrência.
Outras duas escolas municipais também estão com as obras atrasadas e paradas. Este é o caso da Escola Municipal Professor Kamal Tebcherani, situada no Jardim Esplanada, no bairro da Boa Vista. A ampliação e reforma desta obra foi licitada em R$ 760 mil. E o Centro Municipal Sophia Adamowicz, localizado no Jardim Los Angeles, também não foi concluído e as obras estão paralisadas. Esta obra foi orçada em R$ 795 mil.
Nota do deputado Plauto Miró
“De fato, a construção da Escola Estadual Francisco Pires Machado é um pedido do deputado Plauto Miró. Assim como outros tantos que culminaram em grandes benefícios para a comunidade princesina. O principal, entre muitos, está o que culminou na implantação do curso de medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa e no Hospital Regional”, diz a nota.
(Com informações do Jornal Gazeta do Povo)
Delação de Eduardo Lopes
O dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, afirmou aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que aliados do governador Beto Richa (PSDB) também receberam recursos desviados das obras das escolas do estado. A delação do dono Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, divulgada no dia 1º de setembro de 2017 pela RPC Curitiba.
Souza citou o primeiro secretário da Alep, Plauto Miró (DEM), o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSDB) e Tiago Amaral (PSB), que é filho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), Durval Amaral. Durval também aparece na delação. E ainda o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni. Segundo o delator Plauto Miró recebeu R$ 600 mil, Rossoni teria recebido
R$ 460 mil, Traiano, R$ 100 mil, Thiago Amaral R$ 50 mil.
Todos negam envolvimento.
Em entrevista exclusiva à Rádio T e ao Blog da Mareli Martins nesta segunda-feira (11), Plauto disse que não tem “nada a ver” com desvios de recursos da educação e critica delações da Quadro Negro.
Confira a matéria!
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