Ex-motorista da Rodonorte afirma que entregou malas de dinheiro na sede do Governo do Paraná


Concessionárias que fazem parte da “máfia dos pedágios” no Paraná estão agindo, nos bastidores, para que possam novamente disputar a concessão de rodovias do estado, pois os contratos encerram em 2021. A primeira concessionária que agiu foi a CCR Rodonorte, que firmou um termo de leniência com a força-tarefa da Lava Jato.
É preciso dizer que essa roubalheira nos pedágios ocorre desde 1997 por que o Governo do Paraná permitiu que isso acontecesse. Vários políticos foram beneficiados com o esquema.
Um ex-motorista da concessionária Rodonorte, que opera pedágios no Paraná, que trabalhava na presidência da concessionária, afirmou aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que entregou malas de dinheiro no Palácio Iguaçu, sede do governo do Estado, durante a gestão do ex-governador Beto Richa (PSDB).
A informação é do jornal Folha de São Paulo. Segundo a investigação, além dos montantes levados ao Palácio Iguaçu, ele também relatou entregas no Tribunal de Contas do Estado (TCE/PR) e na associação das empresas concessionárias, que era usada para repassar propina aos políticos.
Beto Richa chegou a ser preso neste ano na Operação Integração. Mas a corrupção nos pedágios passou também pelos governos de Jaime Lerner e Roberto Requião. Segundo o MPF, em relação a estes ex-governadores os crimes prescreveram.
Além da Rodonorte, as outras cinco concessionárias que atuam no Paraná são investigadas na Operação Integração: a Econorte, Viapar e as que são do Grupo CR Almeida, Ecocataratas, Ecovia e Caminhos do Mar.
Se todas essas empresas decidirem assumir a roubalheira e também fecharem acordo de leniência, isso abrirá o caminho para que estas concessionárias participem de novo processo de licitação no Paraná, já que os contratos de pedágio encerram em 2021.
A participação desta empresas deveria ser proibida devido a corrupção que praticaram durante todos estes anos no Paraná. Além do pedágio mais caro do Brasil, estas concessionárias não cumpriram com as obras previstas em contrato. Muitas pessoas morreram em rodovias do Paraná por conta das trechos que não foram duplicados. Sendo assim, não se pode permitir que estas empresas simplesmente devolvam valores pequenos e simbólicos e possam participar de novas licitações.
Mas infelizmente, nos bastidores, tudo caminha para que as empresas recebem o “perdão” por seus atos corruptos, o que é lamentável para o povo do Paraná.