Preso por agredir ex-mulher, “repórter” Sassá teve privilégio ao sair da prisão em viatura do Depen


Marcos Eduardo Rosa dos Santos, conhecido como “Sassá” e que se intitula “repórter” teve recentemente a liberdade concedida pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) após agredir a ex-mulher. E a forma como ele deixou o Presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, gerou polêmica e suspeita de um tipo de privilégio. Sassá saiu da cadeia em uma viatura do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) de forma discreta.
Advogados consultados e o próprio defensor da vítima afirmam que esse não é o procedimento padrão para solturas, e que tal prática é inédita em suas experiências. A saída “escondida” de Sassá do presídio Hildebrando de Souza contrasta com o fluxo comum de libertações, que geralmente ocorre de maneira mais visível.
Segundo o Depen, a medida foi adotada para “evitar expor a imagem” do acusado, justificativa que é contestada por especialistas jurídicos. O Portal Mareli Martins entrou em contato com a Depen quatro vezes, para tentar esclarecer o motivo de Sassá ter recebido a oportunidade de “evitar expor a imagem”.
Entretanto, o único retorno que o Portal obteve foi que a solicitação de informação foi encaminhada para a assessoria do Depen e que “eles demoram para responder”. Até o fechamento da reportagem não houve resposta do Depen.
Entenda o ocorrido
Sassá, que atua na cobertura de ocorrências policiais nas redes sociais, foi detido no dia 22 de junho após agredir a ex-mulher com tapas, empurrões e danificar o celular da vítima. A agressão de Sassá contra sua ex-mulher foi filmada e divulgada nas redes sociais.
Além disso, a vítima gravou um vídeo relatando um histórico de violência e perseguição. O caso foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Apesar da gravidade das acusações e de, segundo a Polícia Militar, ter descumprido uma medida protetiva ao invadir a casa da ex-mulher, o TJPR concedeu a liberdade a Sassá, que agora utilizará tornozeleira eletrônica e responderá ao processo em liberdade.
Ele é acusado de lesão corporal (com pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão) e dano (6 meses a 3 anos). O inquérito policial tem prazo de 30 dias para ser concluído. Inicialmente, a defesa de Sassá negou as agressões, alegando uma discussão. No entanto, em um vídeo divulgado no dia 24 de junho, o “repórter” admitiu as agressões, chorou e pediu desculpas à ex-mulher, aos avós dela e aos seus seguidores.
Com a colaboração de Levi de Brito Cantelmo, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Blog da Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Relembre o caso