E o amor ao próximo está onde mesmo?


Ponta Grossa dá péssimo exemplo de discriminação, preconceito e exclusão em relação à diversidade sexual.
A camiseta dele trazia um dos mais fantásticos ensinamentos de Jesus Cristo “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Embaixo do braço carregava a bíblia sagrada. Uma das mãos segurava o terço, entoado em tantas nações, seja para pedir uma graça, para agradecer ou para clamar por proteção.
Mas seus olhos traziam uma expressão que não era condizente com o que estava escrito em sua roupa, nem com o terço e com o livro sagrado. Seus olhos expressavam ódio, fúria, egoísmo e outros sentimentos não pregados pelo Cristo.
E de repente, seus lábios entoaram palavras que também não condizem com um cristão! Frases de incentivo a discriminação, ao ódio, a exclusão social e que demonstram falta de amor ao próximo, foram ditas pelo “religioso”, que portava o terço, a bíblia e os ensinamentos de Jesus Cristo em sua camiseta.
Diante disso, muitas questões surgem: se Deus é amor e se o amor ao próximo é uma de suas máximas, por que tantos “religiosos” na prática fazem o contrário? Certamente, existe um distanciamento muito grande entre o que muitas pessoas ditas “de igreja” dizem e o que realmente fazem. Digo isso, sem generalizar é claro! Eu disse “sem generalizar” e não “gênero”, antes que confundam! Por o que tem de gente por aí que nem sabe o que é gênero ou ideologia de gênero e falando asneira!
O fato é que seja em Ponta Grossa, em Curitiba, no Brasil inteiro, não dá para fechar olhos para algo que está escancarado, só não vê, quem não quer. Primeiro ponto: orientação sexual é algo pessoal. As pessoas não tem que ser discriminadas por suas orientações sexuais. Isso é fato! E isso não fere os princípios ou valores das famílias tradicionais, formadas pela figura do homem e da mulher! É realmente uma opção, que precisa ser respeitada. Respeitar não significa aceitar. O que não dá pra aceitar é “falso moralismo”!
Ponta Grossa deu um exemplo horroroso de intolerância e desrespeito ao próximo, não por retirar a discussão de gênero do Plano Municipal de Educação e sim pela forma como se manifestaram em relação a isso. Não adianta cantar “Abençoa senhor as famílias amém” ou rezar o pai nosso, quando ao mesmo tempo se promove uma política de exclusão e preconceito. E não vou entrar no mérito da discussão que foi totalmente equivocada por parte das pessoas que não entenderam o real conteúdo da matéria, que seria incluída no Plano Municipal de Educação.
Muitas cidades tiveram a mesma postura em retirar a palavra “gênero” do plano. Mas poucas tiveram o mesmo comportamento conservador e ultrapassado que Ponta Grossa apresentou. É preciso olhar para frente e buscar uma discussão inteligente sobre o assunto! Não adianta fechar os olhos e agir de forma arbitrária e preconceituosa.
Termino este texto destacando as declarações feitas pelo Papa Francisco, em junho de 2013, quando foi questionado pela imprensa sobre “caso de amor” entre o monsenhor Battista Ricca, nomeado pelo Papa para um cargo estratégico no banco do Vaticano, e um capitão da guarda suíça, um caso do passado que, segundo Francisco, não era de seu conhecimento.
As declarações do Papa Francisco geraram muitas reações, pelo fato do Papa mostrar tolerância as relações homossexuais na Igreja Católica. “Quem sou eu para julgar os gays? Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? Dizem que não se deve marginalizar estas pessoas por isso. É preciso integrá-las à sociedade”, afirmou o Papa.
Ainda de acordo com o Papa Francisco o que agrava a situação são os lobbies. “O problema não é essa orientação. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas invejosas, lobbies políticos, lobbies maçônicos, tantos lobbies. Esse é o pior problema”, ressaltou. Vamos pensar meus irmãos!