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Após morte de cachorra, polícia de PG indicia coletores de lixo por maus-tratos a animal

Após morte de cachorra, polícia de PG indicia coletores de lixo por maus-tratos a animal
  • Publishedmaio 12, 2025

Após morte de cachorra, polícia de PG indicia coletores de lixo por maus-tratos a animal. Imagens: Blog da Mareli Martins

A Polícia Civil do Paraná (PCPR), através do 2° Distrito Policial de Ponta Grossa, finalizou nesta segunda-feira (12) a investigação sobre o caso de maus-tratos à cachorra Ágata. A cachorra foi atropelada pelo caminhão da Ponta Grossa Ambiental (PGA0 e o coletor de lixo jogou o animal no compactador do caminhão, sem verificar se o animal estava vivo. A situação aconteceu na última sexta-feira (09) no bairro Jardim Carvalho.

As apurações policiais confirmaram que os funcionários da Ponta Grossa Ambiental (PGA), empresa responsável pela coleta de lixo na cidade, atropelaram Ágata. Em seguida, um dos coletores jogou o animal no compactador do caminhão. As cenas foram gravadas por câmeras de segurança de uma residência vizinha.

De acordo com o relatório da polícia, depois do atropelamento, “não houve tempo suficiente para socorro e tampouco para a constatação do óbito antes de o coletor arremessá-la no compactador do veículo”. A PCPR concluiu que essa ação configura maus-tratos, “uma vez que o animal pode ter sido descartado ainda com vida, sendo submetido a sofrimento desnecessário”.

Dois funcionários da PGA foram indiciados. O coletor, de 24 anos, vai responder por arremessar o animal no compactador. O motorista do caminhão, de 29 anos, foi indiciado por “responsabilidade pelo atropelamento e pela omissão em tomar providências adequadas após o ocorrido”.

Ambos os indiciados responderão pelo crime previsto no artigo 32, §1º-A, da Lei 9.605/98, com as alterações introduzidas pela Lei nº 14.064/2020. A Lei prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa para casos de maus-tratos contra cães e gatos.

O inquérito policial foi encaminhado à Justiça, que vai seguir o processo contra os dois indiciados.

 

SOBRE O OCORRIDO

Na última sexta-feira (09) a cachorrinha Ágata foi morta após ser atropelada e lançada dentro do compactador de lixo do caminhão da PGA. A tutora de Ágata, Ana Julia Rodrigues de Moraes, relatou que Ágata fugiu no início da manhã com outros dois cães da família quando sua mãe saiu de carro da garagem.

O pai de Ana conseguiu recuperar dois dos três animais. Ao retornar para casa, ele encontrou na rua o que aparentavam ser restos mortais e pelos com a cor de Ágata. A família constatou a morte da cachorra através de imagens gravadas por câmeras de segurança de uma residência próxima ao local.

Segundo Ana, a perda de Ágata está sendo muito dolorosa para ela e sua família, pois a cachorrinha não se tratava de um simples animal de estimação. “Nós ensinamos ela a andar e a comer. Ela era nossa criança, nossa bebezinha, tratada sempre com muito carinho. Todas as crianças e todo mundo da família gostavam dela”, disse a tutora.

Ana Luiza de Moraes, que é irmã de Ana e também era tutora da Ágata, disse ao Blog da Mareli Martins que muitas pessoas questionaram e condenaram ela e sua irmã nas redes sociais pelo fato de Ágata estar na rua no momento em que foi atropelada.

“Acho importante esclarecer que a Ágata não era uma cachorra semi-domiciliada, então ela não saia para dar uma voltinha e voltava à noite, por exemplo”. Ana ainda explicou que a cachorrinha não podia sair de casa sozinha e que, no dia do atropelamento, aproveitou uma brecha no portão.

A família de Ágata entrou com ação judicial por maus tratos e crueldade animal contra a Prefeitura de Ponta Grossa e a PGA. A advogada Isabella Godoy Danesi, representante da família, expressou confiança no êxito da ação, citando a incontestabilidade do material probatório.

Em declaração, a advogada afirmou que “a cadelinha Ágata era considerada um membro da família, e sua perda é inestimável”. Em relação à provável defesa por parte da Prefeitura e da PGA, a advogada acredita que irá ocorrer a tentativa de responsabilizar as tutoras pelo ocorrido. “Provavelmente irão dizer que a Ágata era uma cadela semi-domiciliada, que a família não cuidava dos animais, o que é mentira. Nenhum dos animais da família são semi-domiciliados, a cadela ter fugido foi um incidente e um episódio isolado”, disse a advogada.

(Com a colaboração de Levi de Brito Cantelmo, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Blog da Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

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