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Vereador e presidente do PT de Ponta Grossa vota favor do aumento do IPTU: “sou responsável e não populista”, diz

Vereador e presidente do PT de Ponta Grossa vota favor do aumento do IPTU: “sou responsável e não populista”, diz
  • Publishedjulho 31, 2025
Vereador e presidente do PT de Ponta Grossa vota favor do aumento do IPTU: “sou responsável e não populista”, diz. (Foto: CMPG)

Observando a relação dos vereadores que votaram a favor do aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a partir de 2026, chama a atenção a presença do nome do vereador e presidente do PT, Guilherme Mazer, que se diz “oposição”. Não chega a ser uma grande surpresa, pois o vereador é aliado do deputado Aliel Machado (PV) e este trabalha em conjunto com a atual administração municipal da prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil).

O vereador foi questionado pelo Portal Mareli Martins sobre os motivos que o levaram a apoiar o aumento do imposto. Mazer disse que não se trata de um aumento do IPTU, mas uma atualização da Planta Genérica de Valores.

“Para vender o terreno o proprietário quer o valor integral, mas para pagar imposto prefere um valor de 1978 e isso é injusto e ilegal”, afirmou.

Mazer garantiu que a atualização dos valores dos imóveis é constitucional e, portanto, dentro da legalidade. “Esta é uma forma de tentar acabar com os vazios dos terrenos baldios em regiões nobres da cidade, já que estes pagarão um imposto atualizado. Como os terrenos vagos pagam 2% de IPTU e os com edificações 0,8% do valor venal, acredito que esses locais serão ocupados por moradias. Com isso, haverá uma tendência em reduzir a distância dos moradores e dos serviços fornecidos”, apontou.

No entanto, o vereador não mencionou que os imóveis que são ocupados por moradias também terão o valor do tributo aumentado.

Guilherme Mazer explicou que fez simulações com seus eleitores e que houve um entendimento sobre o aumento: “eles acharam justo o reajuste, depois de tanto tempo”.

“Acredito que vão aceitar de forma mais tranquila os novos valores, majorados em cerca de 35% em 2026 e com reajustes de até 25% nos próximos anos, pois o aumento não será tão abrupto”, afirmou Mazer, sem citar o impacto do aumento ao longo dos anos.

Apesar de ter votado a favor do Governo Municipal, Guilherme Mazer declarou que continua fazendo oposição à prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil).

“Continuo sendo oposição, mas houve convergência neste assunto, agi com responsabilidade e não como um populista e pensando no planejamento da cidade para os próximos anos. Diferente de alguns vereadores que fingem ser independentes ou estar na oposição, eu não tenho compromisso nenhum com esse governo. Não sou hipócrita e demagogo”, concluiu.

 

A entrevista completa de Mazer ao Portal Mareli Martins

Como vereador do PT, um partido progressista e que se coloca como defensor da população, o que o levou a votar a favor do aumento? Não é uma contradição?
Primeiro que não é um aumento de IPTU. É a atualização da Planta Genérica de Valores. O IPTU é uma porcentagem do valor do imóvel, 0,8% do valor venal do imóvel com edificação, 2% do valor venal do terreno baldio. A porcentagem do IPTU segue igual, e atualizar o valor dos imóveis é constitucional. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, o município de Ponta Grossa é o mais defasado dentre as grandes e médias cidades paranaenses, tendo sua última atualização da planta genérica de valores em 1978. O PT segue defendendo a população, pois a cidade espalhada porque os terrenos baldios não tem seu valor atualizado, e se transformam em vazios urbanos, prejudica a população. Os serviços públicos ficam mais caros, as pessoas moram distantes dos equipamento públicos, também são as mazelas da especulação imobiliária, que é permitida por essa defasagem nos valores de referência dos imóveis para cobrança do IPTU. Para vender um terreno, o proprietário quer o valor de mercado, mas para pagar o imposto o proprietário quer o valor de 1978. Isso é injusto e ilegal.
– Como o senhor entende que este aumento vai impactar na população ponta-grossense? Ou será facilmente absorvido por todos os contribuintes?
Fiz simulações de ajustes em imóveis com edificação de eleitores. Todos os eleitores que fizeram essa simulação, entenderam que é razoável o acréscimo de valor. Também acharam justo o reajuste depois de tanto tempo sem reajuste do valor venal do terreno. É bom lembrar que as pessoas que se enquadram nos critérios de isenção do IPTU terão a atualização do valor venal dos seus imóveis, mas continuarão isentos. E agora de maneira automática quando o critério for de imóveis até 70 metros quadrados e 2 salários mínimos cadastrados do CAD único.
Na sua opinião, este aumento pode acarretar maior inadimplência, hoje na casa de 25%?
Como existe a trava na atualização do pagamento, esse ajuste não será abrupto a ponto de ocasionar novas inadimplências.
– Isso significa alguma espécie de aproximação com o governo municipal? Ou é apenas neste assunto que houve divergências?
Eu sigo na oposição ao governo. Apesar de convergir de algum modo nessa votação, sigo na oposição. Isso é possível porque atuo de maneira responsável e não populista. Pensando no planejamento da cidade para os próximos anos, por isso estudei a lei, debati no meu partido, debati com apoiadores e especialistas em urbanismo, e também com o governo. Propus emendas que deixam a tributação menos injusta. 
E diferente de alguns vereadores que fingem ser independentes, ou estar na oposição, eu não tenho nenhum compromisso com esse governo, como também não indico cargos em comissão num governo que eu não apoio. Não sou hipócrita e demagogo.

Com a colaboração de Eder Carlos Wehrholdt, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Portal Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

 

VEJA A DECLARAÇÃO DE MAZER

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Em votação relâmpago, Câmara de Ponta Grossa aprova aumento no valor do IPTU: veja como votou cada vereador

A Câmara de Ponta Grossa aprovou o aumento no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e demais impostos. O projeto não estava na pauta no dia e foi colocado às pressas para votação e passou sem dificuldades por 12×6.

Os favoráveis usaram a desculpa de que “foi reduzido o limitador de aumento de 50% para 30% no ano de 2026%”. No entanto, essa foi uma forma de mascarar o impacto no bolso na população, pois aumentou o valor do aumento para os próximos anos de 10% para 20%.

Uma conta simples, mostra que o impacto será até maior para a população, sendo 30% em 2026 e 20% nos próximos anos, até atingir o valor da atualização feita pela Prefeitura de Ponta Grossa.

Também foi aprovada a redução de 15% para 5% no desconto para o pagamento a vista do IPTU e aumento no valor da alíquota do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de 2% para 2,5%.

Quem votou a favor? (12)

Votaram a favor do aumento do IPTU os vereadores: Júlio Kuller (MDB), Pastor Ezequiel (DC), Paulo Balansin (União Brasil), Teka dos Animais (União Brasil), Jairton da Farmácia (PDT), Dr. Zeca (União Brasil), Divo (União Brasil), Florenal (Podemos), Prof. Careca (PV), Leandro Bianco (Republicanos), Fábio Silva (Republicanos) e Guilherme Mazzer (PT).

Quem votou contra? (6)

Votaram contra o aumento do IPTU os vereadores: Geraldo Stocco (PV), Dr. Erick (PV), Enf. Marisleidy (PMB), Maurício Silva (PSD) , Léo Farmacêutico (União Brasil) e Ricardo Zampieri (PL).

Quem mudou o voto?

Professor Careca (PV), disse que votaria contra, mas mudou para os lados do governo e disse que “votou a favor porque diminuiu o impacto no bolso do povo de 50% para 30% em 2026”. O vereador só esqueceu de falar do aumento de 20% no IPTU nos próximos anos!

Ausência

A vereadora Joce Canto (PP) não compareceu à sessão (justificativa: participação na 5a Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres em Foz do Iguaçu, Paraná.

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