Close
Destaque Paraná POLÍTICA Ponta Grossa

Governador rebate informação de que Ponta Grossa está na rabeira de investimentos do Estado

Governador rebate informação de que Ponta Grossa está na rabeira de investimentos do Estado
  • Publishedoutubro 10, 2025
Governador rebate informação de que PG está na rabeira de investimentos do Estado.

O Portal Mareli Martins questionou o governador Ratinho Jr (PSD) sobre o valor de investimentos destinados para Ponta Grossa. Segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2026, protocolada pelo Governo do Estado na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e divulgada nesta semana pela Agência Estadual de Notícias (AEN), a previsão de investimento estadual para Ponta Grossa em 2026 é de apenas R$ 102 milhões, valor que foi questionado e criticado pela prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil).

Na cerimônia de entrega de moradias populares e do Condomínio do Idoso de Ponta Grossa, ocorrida hoje pela manhã, em entrevista ao Portal Mareli Martins, Ratinho Júnior foi confrontado com a declaração da prefeita, que afirmou que Ponta Grossa ficou na “rabeira” dos investimentos estaduais.

O governador negou os números: “Olha, eu não sei de onde foram tirados esses números, até pedi para ver. Não é verdade. Desculpe, mas não é verdade.”

Ao ser informado que os dados vieram da própria Agência Estadual de Notícias, Ratinho insistiu: “Na nossa contabilidade, Ponta Grossa está recebendo um dos maiores investimentos da história dos últimos cinco anos.”

A fala do governador contradiz diretamente os dados oficiais da LOA 2026, que apontam que Ponta Grossa receberá menos recursos do que Guarapuava, mesmo tendo mais que o dobro da população.

Veja a matéria publicada pelo Governo do Estado com a informação de apenas R$ 102 milhões para Ponta Grossa: Secretaria da Fazenda detalha orçamento de R$ 7,1 bilhões de investimentos para 2026 | Governo do Estado do Paraná

Veja a declaração do governador

 

Prefeita reafirma que informações sobre investimento são do Estado

A prefeita Elizabeth Schmidt, ao ser questionada sobre a declaração de Ratinho, foi enfática: “A Agência Estadual de Notícias divulgou estes números. Eu não inventei. Existe uma Lei Orçamentária Anual protocolada na Assembleia Legislativa. Então, eu não sei quem está errado. Tomara que esteja errado. Aí eu estou feliz demais.”

Elizabeth também destacou que, embora seja natural que cidades como Curitiba, Londrina e Maringá recebam mais recursos, o comparativo com Guarapuava é desproporcional. “Eles têm lá, na região toda, 450 mil habitantes, enquanto nós temos mais de um milhão. Então, que balança é esta?”, questionou.

 A prefeita ainda reforçou que, apesar de ser grata pelos recursos recebidos, está pedindo socorro diante da possibilidade de que os investimentos para 2026 sejam insuficientes para atender às demandas da cidade.

A carta pública divulgada por Elizabeth Schmidt no início de outubro reforça o tom de alerta. No documento, ela afirma que Ponta Grossa precisa de novos deputados estaduais que realmente defendam os interesses da cidade, sugerindo que a baixa representatividade política pode estar influenciando negativamente na distribuição dos recursos estaduais.

Veja a entrevista com a prefeita Elizabeth Schmidt

 

Governo mistura incentivos fiscais, repasses indiretos e investimentos privados

A polêmica ganhou novo capítulo com a publicação, no início da tarde desta sexta-feira (10), de uma matéria pela Agência Estadual de Notícias, tentando rebater as críticas. Segundo o texto, Ponta Grossa teria recebido R$ 1,9 bilhão em investimentos do Estado desde 2019, o que representaria uma média de R$ 330 milhões por ano.

No entanto, esse valor inclui repasses indiretos, incentivos fiscais e investimentos privados, como foi apontado pelo próprio governador em sua entrevista.

Quando se considera apenas os recursos diretos previstos na LOA para 2026, o montante é de R$ 102 milhões — número que permanece muito abaixo do necessário para atender às demandas de infraestrutura, saúde e educação da cidade.

A tentativa do governo de inflar os números com investimentos privados e incentivos fiscais não convenceu a gestão municipal, nem a população.

A discrepância entre os dados oficiais e o discurso do governador evidencia uma falta de alinhamento interno e levanta dúvidas sobre a transparência na comunicação dos investimentos públicos.

Em meio à controvérsia, o que fica claro é que Ponta Grossa, apesar de sua importância estratégica e populacional, segue sendo preterida no planejamento orçamentário estadual. A reação da prefeita, embora diplomática, escancara a frustração de quem vê sua cidade sendo deixada para trás, enquanto outras regiões recebem atenção prioritária. E a resposta do governador, negando dados divulgados por sua própria assessoria, apenas reforça a sensação de descompasso entre a realidade e o discurso oficial.

Com a colaboração de Eder Carlos Wehrholdt, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Portal Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Deixe uma resposta