Rangel e Aliel brigam em grupo de WhatsApp sobre doação de área da RUMO para PG: quem é o pai da criança que nem nasceu?

A possível doação da antiga rede ferroviária para Ponta Grossa gerou bate-boca entre o deputado federal Aliel Machado (PV) e o ex-prefeito e deputado estadual Marcelo Rangel (PSD). A briga ocorreu nesta quinta-feira (27) em um grupo whatsapp de um “comunicador” que recentemente agrediu a ex-mulher e que é “apadrinhado” de um grupo político da cidade. A área ainda nem foi transferida ao município, mas três políticos já brigam pela autoria da doação que ainda não aconteceu.
A confusão começou depois que o deputado licenciado e secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex (PSD), publicou um vídeo dizendo que é o responsável pela doação da estrutura da malha ferroviária para Ponta Grossa.
“Estive com o Executivo da RUMO Ticiano Bragatto recebendo a informação da transferência de importante área para o município de Ponta Grossa. Esse é um trabalho de muitos anos como deputado federal e agora como Secretário de INFRA e que reiteramos ao Secretário Nacional de Transportes Ferroviários Leonardo Ribeiro e também a direção da Rumo Logística. Na próxima semana a empresa estará dando a anuência para a transferência da área de todo o ramal ferroviário das oficinas e da antiga oficina ferroviária localizada no bairro de Oficinas para o município de Ponta Grossa. Com isso este espaço poderá ser utilizado para a mobilidade, desenvolvimento, segurança e novos projetos para a cidade.
Agradeço o empenho de todos em uma luta que lutei por muitos anos.
Menos conversa e mais resultado”, escreveu Sandro Alex.
Na sequência, Aliel Machado reagiu e disse que a publicação de Sandro é “mentirosa”. “Isso aqui é só conversa da sua parte e menos resultado. Esse trabalho sou eu que estou conduzindo e vou explicar como funciona. A RUMO não faz a devolução da área ao município, ela faz ao governo federal. A RUMO não tem interesse em devolver antes do fim do contrato porque terá que pagar indenização. Busquei o ministro Renan, o secretário Leonardo e diretor Hélio e consegui uma autorização para que a RUMO faça a devolução ao Governo Federal, sem pagar indenização. A prefeita Elizabeth esteve comigo em Brasília e seguirá as tratativas. Essa é a verdade”, respondeu Aliel Machado.
Depois disso, o deputado Rangel também quis ser o pai da criança, assim como Sandro e Aliel. O ex-prefeito disse que “foi ele que começou o trabalho para que a área seja do município”.
“Comecei o trabalho com a RUMO e o Patrimônio da União quando era prefeito para a recuperação dessa área, que tinha que passar por diversos trâmites, como passou o Parque Linear de Oficinas, que eu recuperei. Esse vitimismo do pessoal do PT é sempre desse jeito, querendo ser o pai da criança do Lula”, rebateu.
Aliel não deixou quieto a provocação de Marcelo. “Ou você é ignorante, ou está tentando fazer as pessoas de bobas. Você tenta desviar o foco e trabalha com meias verdades. Primeiro: esse debate de PT ou não PT está ultrapassado. As pessoas não querem saber de quem fica alimentando extremismos; elas querem resultado, e não mentirosos. Não sou do PT e nunca fui. Inclusive, é o seu partido que hoje ocupa três ministérios no governo do PT. Sobre a Rumo, os fatos são simples: você não conseguiu a doação da área para o município. Houve muita propaganda, mas a verdade é que a área não pertence ao município. Da parte de vocês, só conversa”.
VEJA OS PRINTS DA TRETA DOS MANOS E ALIEL



Resposta de Aliel
Prefeitura de PG defende Aliel e alfineta Sandro e Rangel
A Prefeitura de Ponta Grossa publicou uma nota defendendo a afirmação de Aliel e chamando de mentirosas as afirmações de Sandro e Rangel: “qualquer notícia ou fala pessoal neste sentido está equivocada. As áreas são pertencentes à União e estão concedidas à empresa, não podendo ser repassadas por ela”.
Veja a nota completa
Em referência a notícias publicadas entre os dias 26 e 27 de novembro de 2025, citando a possível transferência de patrimônio da União ao Município, por meio da Concessionária Rumo Malha Sul, a Prefeitura de Ponta Grossa esclarece:
Não procede que a estrutura da antiga rede ferroviária esteja disponível ou muito próxima de estar disponível para Ponta Grossa. Também não procede que somente uma declaração de intenção por parte da concessionária seja suficiente para que esta cessão seja realizada para o Município.
Qualquer notícia ou fala pessoal neste sentido está equivocada. As áreas são pertencentes à União e estão concedidas à empresa, não podendo ser repassadas por ela.
A Prefeitura destaca, no entanto, que possui elevado interesse em receber e utilizar estas áreas para projetos estratégicos. Por este motivo, além de tratativas junto ao Ministério dos Transportes e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, com apoio do deputado federal Aliel Machado, o Município é parte em um amplo processo que está em andamento na Justiça Federal em Ponta Grossa, sob condução do juiz federal Antônio César Bochenek, do qual participam todas as entidades e empresas envolvidas nesta questão.
A antiga malha e estruturas ferroviárias que cortam a cidade devem ser utilizadas para benefício da população e para o desenvolvimento da cidade, de maneira integrada e definitiva. O Município trabalha há mais de um ano, em conjunto com todos os órgãos envolvidos, para que essa cessão seja realizada em conformidade com todas as normas que regem a concessão e o patrimônio da União, que também é um patrimônio de todos os ponta-grossenses.




