Cida abandona Richa e pede que ele seja retirado da coligação


O ex-governador e candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB), tem vivido dias amargos, principalmente por estar provando o gosto da ingratidão. A governadora e candidata à reeleição, Cida Borghetti (PP), que foi vice de Richa, declarou nesta segunda-feira (17), que solicitou a retira de Richa da sua coligação.
Cabe aqui um trecho do poema de Augusto dos Anjos, Versos Íntimos: “O beijo, amigo, é a véspera do escarro. A mão que afaga é a mesma que apedreja”.
A afirmação de Cida ocorreu em entrevista coletiva, em Toledo, nesta segunda-feira (17). “Estou solicitando aos partidos da coligação a retirada da indicação de Beto Richa ao Senado para que ele possa se dedicar a sua defesa. Já estou solicitando à coligação e partidos aliados que ele possa refletir e retirar sua candidatura”, afirmou.
Na terça-feira (11), Richa foi preso pelo Gaeco, na Operação Patrulha, que apura o desvio de R$ 70 milhões da operação Patrulha do Campo. O Ministério Público apura se o ex-governador é o chefe do esquema de corrupção. Além de Richa foram presos o seu irmão Pepe Richa, ex-secretário de Infraestrutura do Estado e Fernanda Richa, esposa do ex-governador. Além de outros familiares, amigos, empresários e assessores.
Na sexta-feira (14) foi decretada a prisão preventiva de Richa, ou seja, por tempo indeterminado. Mas graças a uma ajuda do ministro Gilmar Mendes, do STF, Richa e os demais presos foram liberados.
Segundo Cida, a operação do Gaeco batizada de Rádio Patrulha e a divulgação das gravações dos diálogos de Beto Richa tornaram a situação insustentável.
“Não aceito, não admito, não compactuo com nenhum ato de desvio de conduta. Quando assumi o Governo do Estado um dos meus primeiros atos foi a criação da Divisão de Combate à Corrupção”.
O prazo para que a Justiça Eleitoral confirme ou barre as candidaturas de todo o país termina nesta segunda-feira (17). Também é o último dia para que os partidos substituam nomes dentro das chapas. Richa enfrenta um pedido de impugnação do Ministério Público Eleitoral e de partidos adversários. A contestação é referente ao caso das diárias em Paris. Richa foi condenado a ressarcir os cofres públicos após uma diária não prevista, em Paris, durante viagem oficial.