A Justiça decidiu afastar do cargo o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, Anderson Teixeira. O afastamento é porque ele é investigado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por suspeita de desviar cerca de R$ 607 mil da entidade sindical para uso próprio.
Anderson Teixeira é conhecido por ter liderado manifestações de motoristas e cobradores em diversas cidades, inclusive em Ponta Grossa.
Nesta sexta-feira (4), o MP, por meio do Núcleo de Análise de Inquéritos Policiais (Naip), cumpriu dois mandados de busca e apreensão em dois imóveis de Teixeira, sendo uma casa em Curitiba e uma chácara em Mandirituba, na Região Metropolitana. As ações foram autorizadas pela 10ª Vara Criminal de Curitiba e contaram com o apoio da Polícia Militar (PM-PR).
De acordo com o Ministério Público, os mandados tinham como objetivo localizar e recolher dinheiro que estaria armazenado nas residências do investigado. O material apreendido ainda não foi divulgado.
Além de Anderson Teixeira, também são réus na ação outras seis pessoas. Uma delas é o advogado do sindicato, que é irmão do presidente, e outros familiares deles.
A investigação começou em 2010 e resultou, em maio de 2025, em uma denúncia formal do MP contra Teixeira e outras seis pessoas, todos familiares dele.
Segundo o órgão, os envolvidos praticaram ao menos 120 atos criminosos relacionados à apropriação de dinheiro sindicato, com uso do dinheiro para fins particulares, como a compra de bebidas alcoólicas em grande quantidade.
Anderson Teixeira foi denunciado por 157 crimes de peculato, além de outras infrações. Os demais acusados também respondem por diversos crimes relacionados ao desvio de recursos.
O que disse Anderson Teixeira
Anderson Teixeira criticou a atuação do Ministério Público e negou os crimes.
“Na verdade, são coisas que a gente não consegue entender por parte do Ministério Público. Se eu estou respondendo o processo e levantando as informações necessárias… As pessoas que vivem ao meu redor já abriram suas contas para investigação, já foram dar depoimento e, mesmo assim, o MP continua tentando denegrir a nossa imagem, a gente tem que ver qual vai ser a medida que vamos tomar para se proteger”, diz.
O Sindimoc afirmou que não recebeu a notificação de afastamento de Teixeira.
