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PGR pede que STJ abra inquérito para investigar Beto Richa

PGR pede que STJ abra inquérito para investigar Beto Richa
  • Publishedjunho 14, 2017
As investigações se referem aos valores que Beto Richa teria recebido da Odebrecht para campanhas eleitorais. PGR quer saber se os repasses foram propina.

O vice-procurador-geral da República (PGR) José Bonifácio Andrada, pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) abertura de inquérito para investigar o governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB.

A fundamentação do pedido da PGR está relacionada às delações premiadas de executivos da construtora Odebrecht e se referem a crime eleitoral, que já citaram que Beto Richa teria recebido valores da empreiteira. O pedido foi sorteado para um novo relator, o ministro Og Fernandes, por não ter relação com a Operação Lava Jato ou com fraudes na Petrobras .

Atualmente, os inquéritos da Lava Jato no tribunal que envolvem governadores estão com o ministro Luis Felipe Salomão. Caberá a Og Fernandes autorizar ou não o inquérito e a coleta de provas pedida pela Procuradoria-Geral da República, mas não há prazo para isso.

O que diz o governador

O governador Beto Richa disse em nota que não teve acesso ao pedido e que, em função disso, não tem como comentar o conteúdo.

Nas delações da Odebrecht, Richa é chamado pelos apelidos de “brigão” e “piloto”

O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, citou em seu acordo de delação quatro repasses não declarados à Justiça Eleitoral para campanhas eleitorais do governador Beto Richa (PSDB). Segundo o colaborador, o codinome usado para se referir ao governador do Paraná foi “piloto”, em três dos repasses. Em outros quatro repasses o apelido usado foi “brigão”.

Segundo as delações de Benedicto e de Valter Lana, ex-executivo da Odebrecht na Região Sul, no total Richa recebeu R$ 3.050.000 nas três últimas campanhas.

Benedicto prestou depoimento em dezembro de 2016. Aos procuradores, o delator deu detalhes sobre os valores doados, as negociações com tesoureiros de campanha e também sobre as intenções da empresa com doações para políticos.

Em um dos trechos, ele diz que, em 2014, um executivo da Odebrecht no Paraná foi procurado pelo comitê de reeleição de Richa, pedindo a doação. No vídeo do depoimento, o ex-executivo detalha os pagamentos.

“Esses pagamentos foram encaixados, foram planejados e executados dentro do nosso sistema “Drousys”, estruturado pelo setor de operações estruturais da Odebrecht. A gente adotou um codinome “piloto” para esse pagamento, como uma menção ao doutor Beto Richa. E os pagamentos foram executados nas datas 09/09/14, R$ 500 mil, 18/09/14 R$ 1 milhão e 25/09/14 R$ 1 milhão”.

Ainda de acordo com o delator, foram realizados três pagamentos. “Foram autorizados R$ 4 milhões e foram realizados R$ 2,5 milhões”, explicou. O delator contou, ainda, que há comprovantes desses pagamentos.

Essa não foi a primeira doação da Odebrecht para campanhas de Beto Richa, segundo o delator. Em outro depoimento, o ex-executivo da empresa disse que, em 2008, foram repassados R$ 100 mil para a campanha de Richa à prefeitura de Curitiba.

“Porque era uma pessoa importante no cenário político do Paraná, e tinha chances reais de ganhar e nós fizemos essa doação de R$ 100 mil, em dinheiro de caixa dois, através do setor de operações estruturadas da Odebrecht”, detalhou.

Nesse caso, o apelido usado para se referir a Richa foi “brigão”. Aos procuradores, Benedicto explicou porque a Odebrecht concordou em fazer a doação. “O doutor Beto Richa era um expoente do PSDB, um jovem. Então a gente tinha uma avaliação de que ele poderia crescer no cenário político do Paraná”, contou.

Valter Lana, ex-executivo da Odebrecht na Região Sul, afirmou em seu acordo de colaboração que, em 2010, integrantes do comitê eleitoral de Beto Richa procuraram a Odebrecht para pedir uma nova doação. Dessa vez, o valor acertado foi de R$ 450 mil.
“Esses pagamentos foram efetuados em três parcelas, uma de 200, uma de 100 e uma de 150. É… respectivamente, o de 200 na data de 30 de agosto de 2010; e de 100 dia 13 de setembro, o de 150 no dia 26 de outubro de 2010, portanto posterior da eleição. Eu até.. é, reparei que ele foi depois da eleição”, informou. (Com informações do Paraná Portal, G1, Folha de São de Paulo,)

Delatores da Odebrecht explicam como eram feitos os pagamentos a Beto Richa:

 

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