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Bolsonaro depõe ao STF e nega acusações sobre atos golpistas e ataque às urnas

Bolsonaro depõe ao STF e nega acusações sobre atos golpistas e ataque às urnas
  • Publishedjunho 10, 2025
Bolsonaro depõe ao STF e nega acusações de atos golpistas e ataque às urnas. (Foto: Reprodução/TV Justiça)

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro se defendeu das acusações de liderar uma trama golpista e de atacar a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro, afirmando ter agido sempre “dentro das quatro linhas da constituição”.

As declarações foram feitas em meio a questionamentos do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Bolsonaro é acusado de liderar uma organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Questionado sobre os ataques às urnas eletrônicas, o ex-presidente negou que sua intenção foi desacreditar o sistema. Ele afirmou que suas manifestações eram “críticas” para “aprimorar” as urnas, e não “ataques”, citando desconfianças históricas atribuídas a outras figuras políticas.

Bolsonaro também mencionou o voto impresso, presente em países como Paraguai e Venezuela, como uma maneira de aumentar a segurança eleitoral. A reunião com diplomatas, em 2022, na qual questionou a segurança das urnas, resultou em sua condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, tornando-o inelegível por oito anos.

Em relação às acusações de ataques diretos a ministros do STF e do TSE, como Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e o próprio Alexandre de Moraes, Bolsonaro pediu desculpas, classificando suas insinuações de suborno como um “desabafo”. Ele alegou que a reunião ministerial em que essas falas foram ditas não deveria ter sido gravada e que não possuía indícios concretos para fazer essas acusações.

Sobre a suposta operação da Polícia Rodoviária Federal (PFR) para impedir eleitores de Lula de voltarem no segundo turno em 2022, Bolsonaro negou ter conhecimento prévio, alegando que nenhum eleitor foi impedido de votar. Acusado de discutir minutas para decretar Estado de Sítio ou Defesa, o ex-presidente reconheceu reuniões para buscar “alternativas na Constituição” após a imposição de uma multa ao seu partido, o PL.

Entretanto, Bolsonaro afirmou que tais medidas foram descartadas e que “nada foi à frente”, minimizando a gravidade das acusações ao salientar que não havia convocado órgãos como o Conselho da República. Sobre os atos de 8 de janeiro de 2023, ele disse que o ocorrido não foi uma tentativa de golpe de Estado e sim uma “baderna”, e negou qualquer planejamento de sua parte.

O ex-presidente salientou que estava nos Estados Unidos no dia dos ataques e que os repudiou através de suas redes sociais. Bolsonaro também questionou a demora na desmobilização do acampamento em frente ao Quartel General do Exército por parte do governo atual. Ele também justificou sua ausência na cerimônia de posse do Lula, afirmando que não queria se submeter à “maior vaia da história do Brasil”.

Por fim, Bolsonaro negou ter recebido voz de prisão de generais durante discussões sobre a minuta golpista e afirmou ter tomado conhecimento de supostos planos para assassinar o presidente Lula e o vice Alckmin, e sequestro de Moraes, apenas através da imprensa. Ele afirmou que caso tivesse conhecimento sobre tais planos, os teria rechaçado imediatamente.

(Com a colaboração de Levi de Brito Cantelmo, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Blog da Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Veja o depoimento (crédito: Portal UOL)

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