Close
Destaque Ponta Grossa

Sanepar promete que não vai faltar água no verão em Ponta Grossa, como ocorreu em outros anos

Sanepar promete que não vai faltar água no verão em Ponta Grossa, como ocorreu em outros anos
  • Publishedoutubro 28, 2025
Sanepar promete que vai faltar água no verão em Ponta Grossa. Geraldo Bubniak/AEN

Após enfrentar uma das mais severas crises de abastecimento de água em sua história recente, Ponta Grossa se prepara para o verão de 2026 com expectativas de melhorias. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) afirma que, em condições normais, não haverá racionamento, graças a obras concluídas e novos projetos em andamento.

A cidade, passou por rodízios e interrupções no fornecimento entre janeiro e março deste ano e viu a Justiça determinar a normalização do serviço em março, após protestos e denúncias de falhas estruturais.

A Sanepar foi questionada pelo Portal Mareli Martins sobre as providências adotadas para evitar a repetição do problema. Em resposta, a companhia destacou que Ponta Grossa já possui serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto universalizados, antecipando a meta da Lei do Saneamento, prevista para 2033.

A empresa também ressaltou que a cidade figura como a 13ª melhor em saneamento entre as 100 maiores do Brasil, segundo o Instituto Trata Brasil.

Obras no Pitangui e no Tibagi

A principal medida adotada pela Sanepar para evitar o desabastecimento, foi a conclusão da obra de captação no Rio Pitangui, finalizada em maio último. Além disso, ainda em março deste ano, a empresa ampliou a capacidade de produção do Poço Pitangui, garantindo volume suficiente para abastecer o município.

Apesar disso, em março, a cidade ainda enfrentou falta de água generalizada, problema que a empresa atribuíu à interligação de uma adutora no Pitangui, o que gerou críticas da população e da Justiça.

Desde então, para reforçar o sistema, a Sanepar planeja uma nova captação no Rio Tibagi. O projeto, diz a Sanepar, está em fase de licitação, obtenção de licenças ambientais e legalização de áreas particulares. A previsão, conforme Termo de Ajuste de Conduta firmado com o município, é que a obra seja concluída em até três anos após o início das obras, o que ainda não tem data definida para acontecer.

Esta estrutura terá capacidade inicial de 300 litros por segundo, com possibilidade de expansão para até 600 litros por segundo. A tubulação entre o ponto de captação e a unidade de tratamento, percorrerá cerca de três quilômetros.

Segundo a companhia, essa nova captação permitirá abastecer Ponta Grossa por um período estimado de 30 anos, sem percalços, desde que as condições climáticas e de consumo se mantenham dentro da normalidade.

Justiça e população

A crise hídrica de 2025 teve repercussões judiciais e políticas. Em meados de março, a juíza Luciana Virmond Cesar, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ponta Grossa, determinou que a Sanepar restabelecesse o abastecimento em até 24 horas, sob pena de multa e bloqueio de R$ 40 mil em ativos financeiros da empresa.

A decisão veio após a cidade enfrentar vários dias consecutivos sem água, mesmo com altos volumes de chuva registrados pelo Simepar nos meses de janeiro e fevereiro.

À época, a população também se manifestou com protestos em frente à sede da Sanepar, exigindo soluções imediatas. Já a prefeita Elizabeth Schmidt, em entrevista ao Portal Mareli Martins, defendeu a atuação da companhia, afirmando que “é ruim com a Sanepar, seria muito pior sem a Sanepar”.

No entanto, a ausência da gestora, em viagem de férias aos Lençóis Maranhenses, durante a crise, foi criticada pela imprensa e população.

Expectativas para 2026

Com as obras no Pitangui concluídas e o projeto do Tibagi em andamento, a Sanepar garante que, em condições normais, ou seja, com chuvas adequadas e consumo moderado, não haverá racionamento de água no próximo verão.

A empresa atribui os problemas enfrentados no início deste ano ao calor intenso e ao alto consumo da população, fatores que teriam comprometido os reservatórios, mesmo com os rios em níveis elevados.

A companhia reforça seu compromisso com a qualidade dos serviços e afirma que trabalha continuamente para garantir o abastecimento.

Ainda assim, a população segue atenta às promessas e cobra transparência e eficiência da Sanepar, especialmente diante da previsão do fenômeno “La Niña”, o que pode trazer chuvas que podem ficar na média ou um pouco acima, mas também com a possibilidade de períodos de tempo mais seco e variações de temperatura.

Os efeitos exatos dependem do desenvolvimento do fenômeno, mas o impacto no sul do Brasil é geralmente caracterizado por estiagens em certos períodos, como o final do verão e início do outono, exatamente quando aconteceu o desabastecimento de água em Ponta Grossa, em 2025.

 

Com a colaboração de Eder Carlos Wehrholdt, estagiário de Jornalismo, conforme convênio de estágio firmado entre o Portal Mareli Martins e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

 

Deixe uma resposta